A euforia é grande, mas calma lá.
Fico pensando como vai se comportar a defesa brasileira enfrentando um ataque poderoso, como o da Bélgica, adversário nas quartas de final. Chances de levar gol, claras, não houve, mas por várias vezes o time mexicano pecou no ataque, no último passe, que poderia complicar a defesa brasileira.
Tite se mostra sempre nervoso na área técnica, mas como seu time está se demonstrando calmo dentre de campo. O Brasil tem jogado como fosse fazer o gol a qualquer momento, tranquilamente. Primeiro tempo sem gols, o Brasil teve chances, mas aquele sentimento de que precisa ser mais incisivo é grande.
O México controlou as ações no início do jogo e deu trabalho para a defesa brasileira. Não tiveram chances de gol, como disse, mas a qualquer momento poderia sair uma jogada perigosa, ainda mais pela direita, quando Fagner se demostrava muito mal, fora do tempo de bola, deixando uma avenida aberta no seu lado.
O lado direito brasileiro tem trazido dores de cabeça nessa copa, mas felizmente o ataque por esse lado melhorou muito, principalmente porque Whilhan, finalmente, entrou na copa. Fez o que sempre pedíamos: partiu pra cima dos marcadores, abriu jogadas e chute a gol. De seus pés saiu a jogada do primeiro gol, marcado por Neymar, após uma jogada sua, finalizado com muita raça.
A porteira abriu. Mas foi difícil. O goleiro mexicano fez defesas incríveis! Ele parecia impenetrável. O México foi valente, seguiu atacando, sempre. Não jogou em nenhum momento para empatar, queria vencer a partida, acima de tudo, mas o material humano mexicano não tinha a qualidade brasileira, apesar do ótimo esquema tático.
E o Brasil continuava irritavelmente tranquilo. Dava pra ver que cabia mais, mas a incisão era lenta, a agonia era grande, pois a diferença de gols era mínima.
Com o tempo passando e com o time mexicano precisando de gols, espaços foram dados, finalmente, então o Brasil enfiou a faca e rodou, quando deixaram Neymar livre na esquerda, no jeito que ele gosta. Só mão parou dentro do gol porque o goleiro mexicano, de novo, fez uma ótima defesa. Mas não suficiente para parar a jogada, que acabou tendo como destino os pés de Firmino, sem goleiro. ampliando e dando números finais à partida.
Firmino pede passagem. Gabriel Jesus não tem feito gols e ele é o 9 do Brasil. Acho que nunca nas histórias da copa um camisa 9 ficou tanto tempo sem fazer gols. Tem jogado diferente, é verdade, ajuda muito na marcação pela esquerda, mas só isso pra um jogador dessa posição é pouco.
Whilhan, o melhor jogador do jogo, finalmente, como disse. Coutinho não brilhou tanto mas jogou bem. Neymar mais uma vez foi decisivo, foi caçado em campo e acabou com seus marcadores. A seleção mostra que não depende apenas de um jogador. Quando um não vai tão bem, quanto Gabriel e Coutinho, outros chamam a responsabilidade, como Neymar e Whilhan.
O único porém é a nossa defesa. Thiago Silva está um monstro! Mas a defesa não pode ser um exército de um homem só. Fagner melhorou no segundo tempo, mas precisa melhorar muito ainda na marcação. Talvez a volta de Danilo, se ele estiver 100%. Marcelo também precisa voltar. Felipe Luis tem jogado bem, mas Marcelo é Marcelo.
O maior desafio do Brasil é na próxima fase. O time da Bélgica não vai dar vacilos no ataque como nossos adversários deram nessa copa. Se a defesa se acertar na marcação e não tomar gols, como está acontecendo, apesar dos pesares, o ataque vai sempre marcar e o hexa virá, com certeza.